21 janeiro 2019

Fim


Acabou
É o fim
Do amor, do respeito
Do entendimento entre as partes
A humanidade sucumbiu
Tombou perante o caos
O homem ama hoje
Amanhã te mata
Roubar já não é o bastante
A vida deve ser ceifada
Direitos conquistados a duras penas
Com simples palavras vão ao chão
E o ser humano segue
Não aprendendo a lição.

ACDS 14.01.19

05 dezembro 2016

Jesus envergonhado
Esconde-se atrás das brumas
No alto do morro
Triste por assistir
A ação dos homens

Esses homens
Que cultivam o ódio
Sem ao menos conhecer
Que são capazes de guerras
Ignorando o sofrimento de crianças
Ceifando o futuro de jovens
Impedindo um fim digno aos velhos

Lá do alto do morro, ele contempla
E chora ao ver
A humanidade destruída
E esconde-se atrás das brumas
Com a vergonha estampada no rosto

(ACDS - 05.12.16)

30 setembro 2015

Que eu sempre possa olhar
Com olhos de criança para o mundo
Que eu sempre possa ver
A beleza em cada detalhe
Por mais simples que possa ser
Uma folha
Um pássaro voando livre
Os raios do sol numa rua arborizada
Que eu sempre possa sorrir
Com os pequenos gestos
Com os olhares doces
De animais para os seus donos
De crianças para seus pais
Mesmo em um mundo
Tão permeado de absurdos e tristezas
Que eu não perca a inocência
De olhar para o mundo
Com olhos de criança


(ACDS - 30.09.15)

25 fevereiro 2015

Almejo

Almejo o céu azul
com o Sol brilhando em minha cabeça.
Almejo o céu noturno
cheio de estrelas.
E reinando, absoluta,
a lua cheia.
Almejo o canto dos pássaros,
suas asas fazendo acrobacias por entre as nuvens.
Almejo a tranquilidade,
o andar na Natureza,
encontrar a paz
que eu mais desejo.


(ACDS - 24.02.15)

15 setembro 2014

De um simples grão
Deitado na terra
Molhado com as lágrimas
Que o céu derrama
A cada cair de chuva
Aquecido pelos raios de sol
Que acalentam cada ser
Nasce uma árvore
Pequenina no seu início
Mas que cresce formosa
Com uma nobre missão
Acolher embaixo de seus galhos
Pessoas em busca de uma sombra fresca
Crianças brincando
Casais apaixonados
Alegrar a vida

(ACDS - 15.09.14)

05 maio 2014

Decepção
Sentimento triste
Que nos pega de surpresa
Nos deixando desarmados
Desmotivados
Sem esperanças
Sem confiança
No ser humano
Na vida

(ACDS - 05.05.14)

04 maio 2014

De repente, a apunhalada
Certeira no meio das costas
Justamente de onde não se espera

Choro
Sangro
Desfaleço
Tudo em que acreditava
De repente, cinzas

Nada mais é certo
Nada mais é confiável
Só restaram os pedaços
Estilhaçados no chão
Impossíveis de juntar

O jeito é recomeçar
Do zero, do nada
E vestir a armadura
Carregar o escudo
Estar atenta, alerta
Para não mais sofrer

(ACDS - 04.05.14)

26 dezembro 2013

As luzinhas piscam
Uma a uma
Juntas, alternadas
Enfeitando árvores, marquises,
Casas e ruas
Anunciando a festa
Que se aproxima

Entre as pessoas
O famoso espírito
Que só aparece nessas ocasiões
Instruindo o ser humano
A fazer o bem
Meio que para se redimir
Do descaso do ano inteiro

Em todos os cantos
Os enfeites
O vermelho e o verde
O dourado e o prateado
É o anúncio de um fim
E de um novo começo

(ACDS - dez 2013)

21 outubro 2013

Para a minha sobrinha

Te vi balbuciar
Esboçar palavras
Olhando para os pés
Olhando para o ar
O que querias conversar
Dizer para teus pés
Ainda tão pequeninos?
Querias dizer
Ainda andarás muito,
Pezinho meu?
E o que estavas
Querendo tu dizer ao ar?
Que ainda irás escutar
Meus sons, meu cantarolar?

(ACDS - 21.10.13)

19 outubro 2013

O tempo passa entre meus dedos
Escorre como areia
E o vento leva
O que resta da juventude
Pouco a pouco
Gota a gota
E num lento suspiro
Tudo acaba

(ACDS - 18.10.13)

18 setembro 2013

O que vejo à frente
É um imenso vazio
Escuro e frio
Sem perspectivas
Sem chances
Sem retorno

Será que não existe um meio
Uma fórmula capaz de mudar isso?
Alguma magia
Algum milagre
Que transforme as trevas em luz
Que preencha o vazio
Que mostre um caminho
Uma passagem oculta
Na escuridão?

Espero
Anseio
Que o milagre exista
Que a mudança aconteça
Que o caminho se abra
E eu possa, finalmente, passar

(ACDS - 18.09.13)
Você
Estátua ilustre do grande poeta
Sentada à beira-mar
Observa tudo
Pessoas andando
Animais brincando
Amantes namorando

Sempre enigmático
Guarda para si os mais íntimos segredos
Confessados pelos bêbados
Ao pé do ouvido
Você os entende
Eles sabem disso

Você
Observador do passado, presente
Quem sabe do futuro até
Está onde é o seu lugar
No bairro que o acolheu
Perto das ondas do mar

(ACDS - 18.09.13)

11 março 2013

Poesia

A poesia é um convite
De entrar bem fundo na alma
Remexer seus segredos
E fazer fluir os sentimentos
Espalhá-los no mundo
Para que nunca se percam

(ACDS - 06.03.13)

05 fevereiro 2013

Carnaval

É Carnaval
Hora de botar a fantasia
E fugir do mundo
Mesmo que só por uns dias

É Carnaval
Hora de pular e dançar
E deixar a imaginação
Falar, voar

É Carnaval
Sorria
Espante todo o mal
Irradiando alegria

(ACDS - 01.02.13)

03 fevereiro 2013

Drummond





Meu nome é Drummond
E sou um gato
Minha casa é de livros
E acho um barato

Sou curioso
Adoro xeretar
E ver que livros
Os leitores vão levar

Gosto tanto de tinta
Que resolvi me pintar
Enchi o nariz de pintinhas
Até no lábio se pode achar

Meu rabinho balança, balança
Até parece ter motor
Balança acordado
Balança comendo
Até dormindo
Meu rabinho fica batendo

Adoro tirar um cochilo
Não importa o lugar
Pode ser ao lado de um livro
Ou num colinho a me ninar

O que importa é que sou um gatinho
Cheio de amor para dar
E que no meio dos livros
Adora sempre ficar

(ACDS - 01.02.13)

19 outubro 2012

Mudar
Crescer
Evoluir
Passar etapas é fundamental
Enriquece
Nos faz descobrir
Que é importante
Como pessoa
Ser humano
Pequeno, ínfimo
Num vasto universo
Mas gigante
No seu habitat

(ACDS - 18.10.12)

18 outubro 2012

Caos
Destruição
Sonhos perdidos
Ao som de um tiro
Ilusões desfeitas
Ao som das trombetas
Anunciando o fim
A esperança se perdeu
No meio da lama
A paz cedeu
Jaz em uma cama
Expectativas foram frustradas
Caladas, castradas
E o ser humano fica
Largado, abandonado
Na desgraça sem fim

(ACDS - 18.10.12)

30 agosto 2012

Copacabana

Copacabana
Cultural, atemporal
Dos casarões perdidos
No meio da selva de pedra moderna
Suburbana, elitista
Do mar, do morro
Do normal, do maluco
De cores, sons
Perfumes e sabores mil
Nada se iguala a este bairro
O mais interessante do Brasil


(ACDS - 29.08.12)

14 agosto 2012

As folhas caem uma a uma
Formando um tapete no chão
Não é Outono, nem Verão
Elas caem fora da estação
É Inverno

(ACDS - 14.08.12)

02 agosto 2012

Descartável

Estamos no século XXI
Onde tudo é descartável
Objetos, roupas
Sentimentos, pessoas
Nada mais é duradouro
O que importa é o presente
Relações instantâneas
Pegue, use e jogue fora

(ACDS - 01.08.12)

12 julho 2012

O mundo é triste
O que temos
São momentos
Instantes de felicidade
Que se prolongam
De acordo com a pessoa


(ACDS - 12.07.12)

08 julho 2012

Mar que encanta

O Jornal Posto Seis, para comemorar os 120 anos de Copacabana, lançou um concurso de poesia. As vencedoras iriam fazer parte de um livro comemorativo, e que foi lançado hoje. Pois bem, fui testar meus poemas fora da internet e, para a minha surpresa, fui uma das escolhidas. Fiquei muito feliz e para compartilhar esse momento, coloco a poesia para vocês conhecerem.






Mar que encanta

Copacabana
Princesinha do mar
Mar que encanta
Inebria
Com suas ondas
Indo e vindo
Beijar a areia
Acarinhar a criança
Que foge de suas águas, rindo

Mar que saúda
O encantado turista
Que fica maravilhado
Diante de suas águas cristalinas

Mar dos apaixonados
Que em noites de lua
Reflete o símbolo maior de quem ama

Mar de Copacabana
Deste bairro sem igual
Suas águas aqui
Tem um encanto todo especial

05 junho 2012

Anjos guardam
Seu repouso eterno
Não há mais dor
Não existe mais pesar
Os anjos
Em suas grandes e puras asas
Protegem-no do mal
E o sofrimento
Está enterrado bem fundo
Como seu cansado corpo

(ACDS - 05.06.12)

21 março 2012

No fim, tudo se acaba
Chega -se ao destino
Mesmo que seja um nada
Um vazio completo
Enchendo o ambiente
De solidão
Tristeza
E desespero

(ACDS - 21.03.12)

27 fevereiro 2012

Saudade Antecipada

Melancólica
É assim que me sinto
A cada dia terminado
Menos um no meu sossego
Já sentindo falta
Das coisas boas ainda presentes
Pois ao fim da semana
Nada mais será o mesmo

(ACDS - 28.02.12)

12 fevereiro 2012

Foto poema 3


Gatinho

O que há, gatinho?
Estás a rezar
Ou estás a dormir?
Talvez sonhes
Com um belo e gostoso peixinho.
Ou então pedes
Que vá logo embora esse frio!

(ACDS - 10.02.12)

11 fevereiro 2012

Foto poema 2



Duas árvores se fazem companhia
Num frio fim de tarde
Não há mais folhas
Muito menos flores
Somente os galhos secos
Aproveitando
Os últimos raios do sol

(ACDS - 10.02.12)

10 fevereiro 2012

Meu lugar sagrado
Agora é um canteiro de obras
Querem mudar tudo
Modificar minhas doces lembranças
Profanar o que de mais belo existe
Para colocar pedras

Por todos os lados
Lama, terra, pedras
Meu lindo parque
Escondido atrás de grades
Aprisionado, longe das vistas
Quero vê-lo, passear no seu verde
Mas não deixam
O que importa agora são as obras
E não o meu deleite

(ACDS - 10.02.12)

07 fevereiro 2012

Foto poema

Hoje inicio um projeto que espero conseguir concretizar enquanto estou de férias em Portugal. Espero que gostem.




Lareira

Lareira quentinha
De lume alto aceso
Aquece não só o meu corpo
Mas também a minha alma
Nas noites frias
De inverno intenso

(ACDS - 07.02.12)